domingo, 24 de maio de 2009

- Resgatando e Vivendo a Essência de Deus -



Antes de postar, gostaria de agradecer a um grande amigo, acessando o seu blog, rico em conhecimento, me devolveu a vontade de continuar o meu blog. Obrigado Balnires Jr, pelo incentivo e pelas palavras de esperança.


Certa vez um indivíduo perguntou a Jesus qual era o maior mandamento da Lei.  Mateus 22.37-40 – 

Jesus respondeu: “’Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os profetas.”

O amor é a essência, o sumo de todos os mandamentos contidos nas escrituras, sem ele é impossível viver o cristianismo autêntico. O mesmo amor que levou Deus a entregar seu único filho à morte para salvar uma humanidade egoísta e imperfeita, é o mesmo que deveríamos praticar hoje.

A ausência do verdadeiro amor nos cega, nos impedindo de ver o quão miseráveis e insuficientes somos. Nos torna legalistas, incompreensíveis, julgadores e insensíveis.

Jesus é o exemplo do verdadeiro amor. Ele ama a todos da mesma forma, não faz distinção entre elite e a ralé. A maior prova disso são as pessoas que Jesus andava e levava o amor.

O amor nos proporciona SENSIBILIDADE para termos misericórdia do irmão (a) que está mergulhado na lama do pecado, RESPONSABILIDADE em ajudar o próximo a se recuperar e CONSCIÊNCIA de que somos fracos e pecaminosos e vivemos pela graça de Deus. É importante você ter consciência de que sua vida é um flagrante constante para Deus, pois ele conhece o seu intimo, seus pensamentos e desejos mais secretos.

A poucos dias atrás tive o desprazer de ver um grupo de “cristãos”, julgando a conduta de uma pessoa que estava afastada da igreja. Tive a nítida impressão de que eles gostavam, tinham prazer, em expor a vida de erros dessa pessoa. Como se o pecado dessa pessoa fosse pior que o deles, ou então como se eles fossem os “bambambãs da fé” e imunes a todo e qualquer tipo de pecado.

Na mesma hora veio em minha mente uma cena, que está em João 8, onde os mestres da lei e os fariseus levam uma mulher acusada de adultério, para ser apedrejada, pois havia infringido a lei. Jesus surpreende a todos quando diz: “Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela”.

Em seguida Jesus declara: “Eu também não a condeno. Agora vá e abandone sua vida de pecado”.

Nessa cena Jesus mostra explicitamente o que é o Evangelho da Graça. Não merecemos nada, tudo o que temos vem do Senhor. Jesus veio para LIBERTAR, não para aprisionar e condenar.

A hipocrisia é um dos sintomas de uma vida que não vive o verdadeiro amor, transforma o evangelho da graça no evangelho do cativeiro que aprisiona as pessoas no passado, nos erros, no pecado.

Durante minha pouca experiência de vida, tenho observado que há  muita hipocrisia e falta de amor no meio cristão.  Vejo muitas músicas, orações que são verdadeiras declarações de amor a Deus, mas que não passam de palavras vazias.

Pois está escrito: “Se alguém afirmar: “Eu amo a Deus”, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.” 1 João 4.20

Já não tenho dedos pra contar quantas vezes condenei pessoas, fui preconceituoso com meu próximo, fui impiedoso. Na maioria das vezes, essas pessoas (como eu e você), só aprendem o verdadeiro sentido do amor, quando elas próprias erram e são massacradas pela moralidade, o legalismo e o puritanismo vigentes em nossa sociedade e pelas conseqüências do pecado.

Você nunca vai saber a dor da perda de um filho, até que você enterre o seu próprio filho. Talvez você possa até imaginar, mas sentir é algo que exige experiência. Quando você atinge essa experiência de passar pelo vale, você se adquire sensibilidade para entender o seu irmão (a) que está enfrentando problemas.

O verdadeiro amor faz com que vivamos pela GRAÇA e nos traz salvação.

“Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus...” Efésios 2.8

O amor de Deus por nós é tão grande que fez com que Deus enviasse Jesus para nos purificar de todo o pecado nos dando nova vida e nos possibilitando de viver pela graça, que é a expressão ativa do amor de Deus.

*Fyodor Dostoievski capturou o choque e o escândalo do evangelho da graça quando escreveu: "No último julgamento Cristo nos dirá: 'Vinde, vós também! Vinde, bêbados! Vinde, vacilantes! Vinde, filhos do opróbrio!' E dir-nos-á: "Seres vis, vós que sois à imagem da besta e trazem a sua marca, vinde porém da mesma forma, vós também!' E os sábios e prudentes dirão: 'Senhor, por que os acolhes?' E ele dirá: 'Se os acolho, homens sábios, se os acolho, homens prudentes, é porque nenhum deles foi jamais julgado digno. E ele estenderá os seus braços, e cairemos a seus pés, e choraremos e soluçaremos, e então compreenderemos tudo, compreenderemos o evangelho da graça! Senhor, venha o teu reino!".

 *Fyodor DOSTOIEVSKI. Crime and punishment [Crime e castigo]. Nova York: Randon House,       1950, p. 322. [Publicado em língua portuguesa por várias editoras.]

O amor e a graça do Pai, nos parece ser apenas para os decentes e piedosos, àqueles que permanecem a uma distância segura dos becos do pecado.

Segundo Brennan Manning, no seu livro O Evangelho Maltrapilho, “o Reino de Deus não é um condomínio fechado elegante com regras esnobes a respeito de quem pode viver ali dentro. Não; ele é para um elenco mais numeroso de pessoas, mais rústico e menos exigente, que compreendem que são pecadores porque já experimentaram o efeito nauseante da luta moral. São esses os pecadores-convidados chamados por Jesus para se aproximarem com ele ao redor da mesa de banquete. Essa história permanece perturbadora para aqueles que não compreendem que homens e mulheres que são verdadeiramente preenchidos com a luz são aqueles que fitaram profundamente as trevas da sua existência imperfeita. Talvez tenha sido depois de meditar sobre essa passagem que Morton Kelsey escreveu: "A Igreja não é um museu para santos, mas um hospital para pecadores".

Eu gostaria de levar você a pensar um pouco mais sobre o verdadeiro amor. E baseado nisso tudo que foi escrito, surge uma pergunta: Será que temos vivido realmente esse amor que pregamos? Será que temos vivido os maiores mandamentos, que é o de amar a Deus acima de todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos? As vezes não entendo o porque das pessoas se afastarem das igrejas, na maioria das vezes a falta de amor e compreensão levam pessoas a abandonar seu grupo eclesiástico.

Uma vez um jovem, que não tinha nada a perder, decidiu ir a uma festa onde se envolveu com pessoas que o levaram, o induziram a usar drogas. Esse jovem pertencia a uma igreja. Passado alguns meses seus amigos começaram a sentir falta desse rapaz. Até que o procuraram e ele foi encontrado em uma praça todo sujo, vestido literalmente como um mendigo. Muitas pessoas que passavam por ele não o observavam, ou pelo menos não queriam. Até que uma jovem acolheu esse rapaz, deu novas vestimentas, comida e abrigo. O que é mais triste nessa história, é que a menina que ajudou esse rapaz, não foi uma que cresceu em um meio evangélico ou com base nas escrituras. Essa jovem universitária nunca havia tido nenhum contato com o Evangelho.

Devemos ter consciência que somos pecadores e o pecador salvo reconhece sua pobreza de espírito. Quanto mais crescemos no espírito de Jesus, mais pobres nos tornamos, e mais percebemos que tudo na vida é um presente. Os pobres de espírito não são pessoas menos condenatórias, apenas convivem bem com pecadores. MT 5.2

Até quando seremos omissos? Até quando fingiremos que nada está acontecendo? Se Jesus estivesse aqui hoje acho que nos deixaria um pouco perplexos com várias atitudes. Tais como andar com uma prostituta, um viciado, ou talvez se assentar em uma roda de samba para levar as Boas Novas de Salvação. Se isso te escandaliza, faça uma releitura da sua vida e busque viver o verdadeiro amor e passe a reconhecer sua total dependência de Deus, assim você poderá desfrutar o melhor da graça de Deus. 

Deus abençoe vocês.

Walmir Amazonas Jr

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